MP diz investigar suspeito de ajudar Elize Matsunaga a esquartejar marido

Promotor afirmou que provas técnicas indicaram homem na cena do crime. Mulher confessou assassinato em 2012, mas disse que agiu sozinha.

MP diz investigar suspeito de ajudar Elize Matsunaga a esquartejar marido

O Ministério Público (MP) de São Paulo informou nesta segunda-feira (15) que a Polícia Civil investiga um suspeito que, segundo o órgão, ajudou a bacharel em direito Elize Matsunaga a matar, esquartejar e ocultar o corpo do marido dela, o empresário Marcos Kitano Matsunaga em 2012.

A mulher está presa pelo assassinato do herdeiro do grupo Yoki e aguarda o julgamento, que, segundo a Promotoria, deverá ocorrer neste ano. Ela confessou ter agido sozinha e em legítima defesa, versão que o MP contesta. Para a Promotoria, a mulher matou o marido no apartamento do casal para ficar com o dinheiro da herança dele.

O MP informou ainda que requisitou um vídeo gravado pela polícia com a confissão de Elize – a filmagem não foi anexada ao processo.
Em entrevista ao G1, o promotor José Carlos Cosenzo afirmou que o nome do suspeito não pode ser divulgado porque isso iria atrapalhar as investigações.
“Temos informantes que indicaram um nome que está sendo checado”, disse. “Ele ainda não foi ouvido na investigação.”

Um caseiro estaria sendo procurado pelos investigadores como suspeito de ajudar Elize no crime.

A pedido da Promotoria, o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) reabriu, no ano passado, o inquérito que apura o assassinato de Marcos. Inicialmente, o departamento havia concluído que Elize cometeu o crime sozinha.

“Tenho convicção técnica de que Elize teve ajuda”, disse Cosenzo, que se baseia, em outras provas, nos laudos periciais.

“O laudo atesta que existe material genético de outra pessoa, do sexo masculino, que não é de Marcos na cena do crime. Além disso, o médico legista que analisou o cadáver relatou que o esquartejamento poderia ter sido feito por duas ou mais pessoas”, afirmou o promotor.
“Os cortes nos joelhos e abdome eram de quem tinha conhecimento de anatomia. Os cortes nos braços e pescoço era de quem não tinha esse conhecimento”, completou.

Sigilo
O DHPP determinou sigilo nas investigações. Policiais do departamento disseram ao G1 que o novo inquérito ainda não foi concluído. Também contaram que não encontraram o vídeo que gravou o início da confissão de Elize.

“Como há indícios fortes de que Elize teve ajuda para matar e se livrar do corpo, quero saber então o que ela disse nesse vídeo que não foi juntado nos autos”, disse Cosenzo.

Elize e Marcos eram casados na época do assassinato, em 19 de maio de 2012. Ela tinha 30 anos e ele, 42. O crime teria ocorrido durante uma discussão do casal.

Ela contou que flagrou a traição de Marcos com uma prostituta após contratar um detetive particular. Elize também havia sido garota de programa quando conheceu o empresário.

O casal tem uma filha, atualmente com 5 anos, que está sob cuidados de familiares do pai.

Após atirar na cabeça do marido, Elize contou que esquartejou o corpo dele, o ensacou e jogou as partes em terrenos de Cotia, na Grande São Paulo.

A família de Marcos denunciou o desaparecimento dele no dia 21 daquele mês. Duas semanas depois, Elize foi presa e confessou ter matado o marido.
Ela está detida preventivamente na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, à espera da realização do júri.
Procurada pelo G1, a advogada Roselle Soglio, que defende Elize, negou a informação do MP de que sua cliente tenha tido ajuda para cometer o crime.

“A Elize já confessou o crime. E nos autos principais ficou comprovado que ela não mentiu e agiu sozinha. Não existem elementos técnicos para dizer que ela teve ajuda de outra pessoa”, afirmou Roselle.

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