Elize Matsunaga ficará em silêncio quando for interrogada pela acusação, informou nesta quinta-feira (1) a defesa da ré, antes da retomada do julgamento da acusada de matar e esquartejar seu marido, o empresário Marcos Matsunaga, em 2012. O júri, realizado no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, entra no seu quarto dia.
O término estava previsto para sexta-feira (2), mas já há a possibilidade dos trabalhos se estenderem até o domingo (4).
“Elize não irá responder as perguntas da Promotoria e da assistência da acusação”, disseram os advogados Luciano Santoro e Roselle Soglio, que defendem a acusada. Eles, no entanto, não explicaram porque a ré ficará em silêncio quando for interrogada pelo promotor José Carlos Cosenzo e pelo assistente, o advogado Luiz Flávio d´Urso.
“Ela já havia deixado de responder as perguntas deles durante a fase de audiência de instrução e manterá a mesma postura”, reforçou Santoro. “Ela só vai responder às perguntas do juiz e da defesa”. Ele não informou se os questionamentos dos jurados também ficarão sem resposta.
O silêncio de Elize já era esperado pelo promotor Cosenzo. Na quinta, ele já havia dito, em tom de ironia, que “de onde menos se espera não vem nada mesmo”. “Se eu fosse ela não responderia o que eu ia perguntar mesmo, porque eu sei o que vou perguntar e ela não sabe como responder”, concluiu.
O interrogatório de Elize acontecerá somente após o fim dos depoimentos de todas as testemunhas, que ainda não acabaram. Elas começaram a ser ouvidas na segunda-feira (28), quando teve início o júri popular. Das 19 testemunhas, dez já subiram ao plenário.
Julgamento de Elize Matsunaga vai ser retomado na manhã desta quarta-feira (30) em SP
Nesta quinta-feira, começou a ser ouvido o médico Carlos Coelho, última testemunha convocada pela acusação. Ele é um perito que acompanhou a exumação do corpo de Marcos e servirá como assistente técnico do Ministério Público Estadual (MPE).
Também deverão começar a serem ouvidas as testemunhas de defesa de Elize Matsunaga.
Elize é ré confessa do crime. O julgamento vai definir o tempo de pena que ela deverá cumprir. Ela responde por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, crueldade e sem chances de defesa, o que pode agravar a pena. Ela também responde por destruição e ocultação de cadáver.
Nesta quarta-feira (30), fotografias da cabeça do empresário Marcos Kitano Matsunaga e depoimentos de peritos marcaram o terceiro dia de júri de Elize Matsunaga. As imagens da cabeça em processo de decomposição foram apresentadas durante os depoimentos do médico-legista e perito do Instituto Médico Legal (IML) Jorge Oliveira e do perito Ricardo Salada.
Elize e Marcos eram casados na época do assassinato, em 19 de maio de 2012. Ela tinha 30 anos e ele, 42. O crime teria ocorrido durante uma discussão do casal.
Ela contou que flagrou a traição de Marcos com uma prostituta após contratar um detetive particular. Elize também havia sido garota de programa quando conheceu o empresário.
O casal tem uma filha, atualmente com 5 anos, que está sob cuidados de familiares do pai.
Após atirar na cabeça do marido, Elize contou que esquartejou o corpo dele, o ensacou e jogou as sete partes em terrenos de Cotia, na Grande São Paulo.
A família de Marcos denunciou o desaparecimento dele no dia 21 daquele mês. Duas semanas depois, Elize foi presa e confessou ter matado o marido.
Em São Paulo, a filha de Elize está sob a guarda provisória dos avós paternos por decisão da Justiça.