Segundo Erika Magalhães, ela sabia que calcinhas encontradas com homem não eram da irmã.
A irmã da universitária Déborah Oliveira, que foi estuprada e morta em Itajubá (MG), disse durante depoimento no júri popular do caso, nesta terça-feira, que foi orientada pela polícia a mentir sobre ter reconhecido a calcinha da estudante na bolsa de um andarilho. O homem chegou a ser preso como suspeito do crime.
A universitária foi encontrada morta com marcas de estrangulamento no dia 15 de agosto de 2013 no 2º piso de uma casa em construção na Rua Alameda Esperança, no Bairro Morro Chic. No momento em que o corpo foi encontrado, um homem saía do local com uma sacola com peças íntimas femininas e foi detido.
Segundo a irmã de Déborah, Erika Magalhães, um policial civil teria a orientado a dizer que havia reconhecido a calcinha da irmã entre elas, para que o homem, que era o único suspeito do crime até então, continuasse preso. Ela disse ainda saber que a peça não era da irmã.
O auxiliar de serviços gerais Renato Custódio, na época com 43 anos, teve a prisão preventiva decretada e ficou preso por 43 dias. No dia 28 de setembro, ele foi liberado por falta de provas. Posteriormente, a calcinha da universitária foi encontrada no próprio casaco que estava junto ao corpo e a família chegou a questionar a perícia do caso.
Procurada pela EPTV Sul de Minas, a assessoria da Polícia Civil, em Belo Horizonte, informou que a instituição somente vai se manifestar após o encerramento do caso.
O júri popular do caso começou nesta terça-feira (12) e a expectativa é que termine nesta quinta-feira (14). Benedito Mauro Divino, de 26 anos, preso desde outubro daquele ano, responde pelos crimes de roubo, estupro e homicídio qualificado. Ele chegou a confessar o crime durante depoimento para a polícia.
Além do réu, pelo menos 13 pessoas devem ser ouvidas no julgamento, entre testemunhas de acusação e defesa. O júri é composto por sete jurados. Quem comanda os trabalhos é o juiz Fábio Aurélio Marchello. O promotor é André Cardoso Cavalcanti. A imprensa não foi autorizada a fazer imagens dentro do salão do júri.
Déborah Oliveira estava desaparecida desde a noite do dia 14 de agosto, quando saiu da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), onde estudava, e não foi mais vista. Segundo a polícia, ela foi estuprada e, em seguida, estrangulada.
A jovem era aluna do 2º período de Sistemas de Informação, na Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Segundo depoimentos de amigos à polícia, a estudante deixou a universidade por volta das 21h20, antes do fim da aula. Ela teria dito que iria embora porque estava cansada e resfriada, e deixou o local a pé.
Benedito Mauro Divino foi apontado como suspeito de matar Déborah após ter estuprado outra jovem dois meses depois do primeiro crime, durante a saída temporária do presídio. Os exames feitos no material colhido nas jovens confirmaram que são da mesma pessoa.
Fonte: G1