Família de jovem morta em Itajubá contrata advogada para investigações

Na busca de um suspeito, a família da universitária Débora Oliveira, de 18 anos, que foi estrangulada e morta em Itajubá (MG), contratou uma advogada especialista em perícias criminais para ajudar nas investigações. Roselle Adriane Soglio, que já atuou nos casos da menina Isabela Nardoni e do executivo da Yoki, Marcus Matsunaga, acredita que Déborah conhecia o assassino e que mais de uma pessoa pode ter cometido o crime.

“Ela conhecia o agressor a ponto dele levá-la para uma emboscada. O delegado diz que o portão da construção foi arrombado, mas nós ainda não encontramos sinais de luta no local”, afirma.

Segundo a advogada, alguns pontos ainda precisam ser esclarecidos, como o fato de uma peça íntima da estudante só ter sido encontrada no bolso da roupa dela 40 dias após o homicídio. “Se realmente houve perícia, a calcinha deveria ter sido encontrada no dia e na hora dos exames”, alega.

As investigações da polícia correm em segredo de Justiça. O trabalho agora é para analisar as imagens da estudante que foram captadas no dia do crime e juntar aos resultados dos exames que foram feitos pela perícia.

Família de jovem morta em Itajubá contrata advogada para investigações (Foto: Reprodução EPTV)

Família de jovem morta em Itajubá contrata advogada para investigações (Foto: Reprodução EPTV)

“Nós solicitamos esses exames com urgência e esperamos que os resultados cheguem rápido para complementarem a linha de investigação”, informa o delegado responsável pelo caso, Pedro Henrique Rabelo Bezerra.

Sobre a afirmação da advogada de que houve falha na perícia, o delegado regional disse que a própria família reconheceu que a peça íntima que estava com um auxiliar de serviços gerais que foi preso no começo das investigações era de Déborah. O delegado constatou que a peça não era da vítima e pediu uma nova perícia nas roupas que ela usava no dia.

O caso

O corpo da universitária foi encontrado com marcas de estrangulamento por volta das 17h30 do dia 15 de agosto no 2º piso de uma casa em construção na Rua Alameda Esperança, no Bairro Morro Chic. Conforme a polícia, o local fica no caminho que a estudante costumava fazer para voltar para casa. Déborah Oliveira estava desaparecida desde a noite do dia 14, quando saiu da Unifei, onde estudava, e não foi mais vista. Ainda segundo a polícia, há suspeita de que ela tenha sido estuprada.

Déborah era aluna do 2º período de sistemas de informação, na Unifei. Segundo depoimentos de amigos à polícia, a estudante deixou a universidade por volta das 21h20, antes do fim da aula. Ela teria dito que iria embora porque estava cansada e resfriada, e deixou o local a pé. Conforme a família, diferente do que estava sendo divulgado antes, Déborah teria saído de seu caminho habitual naquele dia. A região é conhecida como Alameda e à noite é praticamente deserta. Segundo moradores, o local é constantemente frequentado por andarilhos e usuários de drogas.

A família já havia feito o boletim de ocorrência informando o desaparecimento da jovem na noite do dia 14, quando ela não chegou em casa. Os familiares ainda tentaram contato com amigos e conhecidos e espalharam cartazes pela cidade com a foto da universitária no dia seguinte.

Universitária foi encontrada estrangulada em construção em Itajubá (Foto: Reprodução EPTV)

Universitária foi encontrada estrangulada em construção em Itajubá (Foto: Reprodução EPTV)


No momento em que o corpo foi encontrado, um auxiliar de serviços gerais, que antes a polícia acreditava que fosse um andarilho, saía do local. Com ele, os policiais encontraram uma sacola com peças íntimas femininas e uma delas seria de Déborah.

No entanto, diferente do que a polícia acreditava no início, as peças de roupas íntimas encontradas com o suspeito, no momento da prisão dele, não eram da estudante. No final de setembro, cerca de 40 dias após o crime, uma calcinha foi encontrada pela polícia no bolso do casaco que a vítima usava no dia em que foi morta. O principal suspeito do crime, um auxiliar de serviços gerais que ficou preso por 43 dias, foi solto por falta de provas e um novo material foi colhido para o exame de DNA. O homem vai aguardar o andamento das investigações em liberdade.

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